06 abril 2007

Páscoa - Maturidade, Morte e Ressurreição

 
 

                               
 
 
 
 

Os mercados estão abertos. Pessoas correm frenéticas à procura do consumo e do prazer. As lojas permanecem vivas e as propagandas de massa  são convites para que todos possam usufruir de uma vida melhor. Nesta sociedade, não há lugar para o sofrimento. Ser feliz é o que importa, ainda que não saibamos bem o quanto iremos pagar por isso. Objetos, produtos e pessoas estão disponíveis àqueles que "sabem" o que é viver. Os dias voam e o breve tempo deverá ser aliado das realizações pessoais e das conquistas diárias que estabelecem outras prioridades para o jeito de vestir, falar, gastar e ser.

 

Durante milhares de anos religiões distintas apresentaram o sofrimento como o único caminho a percorrer. A anulação do corpo, a mortificação dos desejos, a inibição dos sonhos e o distanciamento de tudo aquilo que poderia ser chamado liberdade,  surgia como forma exclusiva de agradar a Deus. Mais que isso, homens e mulheres foram levados à submissão completa sobre os reveses ocasionais ou permanentes. Destino, sina, tragédia, fatalidade e tantas outras palavras foram companheiras de uma passividade mórbida que se prestava à manipulação religiosa e ao fortalecimento dos sacerdotes, entre outros aspectos desprezíveis.

 

Celebrar a Páscoa é redescobrir que a vida traz consigo situações opostas e complementares. Dor e cura. Noite e dia. Perda e ganho. Saída e  chegada. Separação e reconciliação. Crise e perdão. Escravidão e liberdade. Vitória e derrota. Morte e  ressurreição...

 

Se por um lado, as religiões nos fizeram acreditar que viver em sofrimento era a vontade dos Céus entre nós, a sociedade pos-moderna omite a realidade do mesmo, tornando-nos artificais diante dos desafios da existência.

 

Ao olhar para o Cristo da cruz e da ressurreição, somos chamados à conversão. Assim será necessário mudar referenciais, conceitos, convicções e posturas. Abrir-se para Ele e buscar profundidade espiritual pode ser o início deste novo jeito de encarar a vida. Para tal, será necessária a decisão de romper com aquilo que é menor e mesquinho, entendendo que a felicidade não é um fim em si, senão numa experiência quotidiana com este Deus que nos acompanha na plenitude dos dias e não nos abandona quando passamos "pelo vale da sombra da morte".

 

Aqueles que optam em permanecer onde estão perdem a oportunidade de abrir passagem. A imobilidade é, inúmeras vezes, a primeira condição para o retrocesso. Trajetórias percorridas e conhecidas. Passos marcados pela sequidão e pelo afastamento, pois muitos têm dificuldades para crescer e reconhecer que a vida possui outros sabores, cheiros e colorações. 

 

Na Páscoa, antes de tudo, somos provocados a sair de nós mesmos. É bom envolver-se com novos olhares; e que estes sejam tranqüilos e maduros para encarar o futuro e as possibilidades apresentadas, às vezes carinhosamente ou de maneira impetuosa.

 

Assim, a ressurreição, passagem da morte para a vida, acontecerá. Ultrapassados serão o pessimismo, a acomodação, a entrega, o ceticismo, a infantilidade, o consumismo, a tristeza, o egoísmo e a solidão. Vida renovada... outro futuro.

 

   Rev. Sérgio Andrade

   Deão da Catedral Anglicana da Santíssima Trindade - Recife - PE

 
                    
 
 
 
 
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Paulo Adriano Rocha
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